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'Dívida é útil, se bem administrada'

Washington. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que a dívida bruta caiu no Brasil, nos últimos dez anos, para abaixo de 60%, enquanto subiu na Europa para acima de 80%. "A dívida é útil. O segredo é que seja bem administrada e sustentável", disse.
Levy falou no debate de encerramento da reunião de primavera, do Fundo Monetário Internacional (FMI), em um painel que também contou com a participação da diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde. "É uma coisa ruim ter dívida? Depende da natureza dessa dívida", afirmou Lagarde, destacando que há significativos efeitos colaterais em se ter um déficit elevado.
Arcabouço fiscal
O Brasil construiu um arcabouço fiscal que impediu um aumento da dívida do governo, disse Levy, citando a lei de responsabilidade fiscal. "Em alguns lugares (da economia mundial), esse arcabouço não foi forte o suficiente ou o choque foi muito grande", destacou o ministro.
"O déficit tem que ser do tamanho certo e as pessoas têm que ter confiança nele", defendeu o ministro. Ele afirmou ainda que uma dívida bem administrada e sustentável pode ajudar a estabilizar o sistema financeiro.
"Se você explicar para a sociedade o que é a dívida, porque não deve ir além de certos limites, você pode ter sucesso", disse ele. Levy frisou que uma coisa positiva sobre o Brasil nos últimos anos é que o país não teve bolha imobiliária.
O ministro afirmou que a dívida bruta do Brasil é mais alta porque, ao invés de monetizar as reservas internacionais, o país esteriliza esses recursos. Cerca de 15% da dívida brasileira está relacionada às reservas internacionais.
Comprometimento
Recentemente no Brasil, disse o ministro, aliados do governo no Congresso assinaram uma declaração de que não gastariam mais. "Se você não tiver isso bem claro em sua mente, você está construindo dívida. É bom em uma democracia quando há esse tipo de comprometimento", disse o ministro.
"É preciso ter um balanço entre as receitas do governo e o que se espera do governo", declarou Levy, na reunião do FMI.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE


Abandono de emprego: caracterização

 
A legislação não determina a quantidade de faltas que são necessárias para caracterizar o abandono de emprego, previsto no artigo 482, alínea “i” da CLT. Porém, o entendimento jurisprudencial é que a partir de 30 dias, a ausência injustificada do empregado ensejará seu desligamento por justa causa. Antes de sofrer essa penalidade, funcionário deve ser notificado para retornar as atividades laborais, por telegramada ou carta registrada, com AR. Decorrido o prazo sem manifestação, a empresa pode formalizar a rescisão contratual. Para aplicar abandono de emprego com menos de 30 dias de faltas, o empregador deve comprovar que o empregado obteve novo emprego.

Desconto de falta injustificada e DSR
De acordo com a Lei nº 605/49, se o empregado não trabalhou, o empregador poderá descontar o tempo que não justificou sua ausência ao trabalho, independe se ausência foi integral ou parcial. Na hipótese do trabalhador não cumprir integralmente a jornada de trabalho, além do desconto salarial do período, poderá a empresa descontar o descanso semanal remunerado, conforme previsto no artigo 6º da Lei n. 605/49. Portanto, para que o empregado tenha direito à remuneração correspondente ao repouso e feriados, é necessário que o mesmo tenha trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho, sem faltas, atrasos e/ou saídas injustificadas durante o expediente.


Na crise, nova classe média faz malabarismos financeiros

Cortar o restaurante nas horas de lazer, mas garantir a TV por assinatura e a internet em casa. Reduzir as idas ao shopping, mas aumentar as compras no atacado. Manter o achocolatado de marca nobre, mas misturá-lo com outro, mais barato. Em maior ou menor grau, ponderar escolhas como essas já faz parte do cotidiano de milhares de famílias brasileiras.

Essas manobras foram identificadas em pesquisas recentes que acompanham hábitos da chamada nova classe média. Na avaliação de especialistas em consumo e em comportamento na base da pirâmide, as escolhas indicam que a classe C já começou a abdicar de algumas conquistas, consideradas menores, na tentativa de preservar outras, mais importantes.

"Pesquisas com a classe C sempre identificaram que o seu maior temor era, genericamente, perder as suas conquistas recentes", diz Maurício Prado, sócio-diretor da Plano CDE, consultoria especializada em pesquisas sobre a baixa renda. "O risco difuso virou realidade por causa da possibilidade de perda de emprego e de queda na renda: é preciso fazer escolhas."

Três levantamentos realizados neste início de ano pela Plano CDE traçam um retrato de como a classe C sente e reage à primeira crise econômica desde que ascendeu na pirâmide social. O mais recente, feito há três semanas, mostra que a maior preocupação de famílias com renda entre R$ 1.500 e R$ 2.500 é não ter dinheiro para pagar as contas — contas essas que têm uma composição mais sofisticada. "Há o smartphone, a TV por assinatura, a prestação do carro", diz Prado. "Há 15 anos, deixar de comprar sabão em pó de marca era perda de status, agora, já nem tanto."

Celular se mantém na lista de prioridades

Na reacomodação de prioridades, o celular, por exemplo, reina. A tarifa não é barata, mas ele não está entre os itens que já foram restringidos e só aparece no fim da lista de eventuais economias futuras. O salão de beleza, que viveu um boom, perde força, porque unha e cabelo podem ser feitos em casa a um custo inferior. O plano de saúde privado também começa a ser descartado - bem ou mal, há o SUS.

A relação com produtos básicos, mais tradicionais, por sua vez, dá sinais de que está em transformação. Historicamente, reduzir a compra do básico, especialmente de comida, era o último artifício de economia na baixa renda. Neste início de ano, porém, a Nielsen, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado do mundo, identificou desaceleração justamente nisso.

“Dona de casa sempre garante um mimo”

A Nielsen acompanha um conjunto de produtos que forma uma espécie de cesta básica, com arroz, feijão, desodorante e xampu, por exemplo. Há um dado curioso quando se observa a quantidade de itens comprados pelo consumidor brasileiro nos supemercados. Em janeiro e fevereiro do ano passado, em relação a 2013, quando a economia ia bem, o volume teve alta de 6,9%. Em janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de apenas 1,2% - as pessoas compraram um número menor de itens. "A dona de casa é uma malabarista das finanças. Poupa, sim, mas em parte garante um mimo, algo que na sua avaliação ela merece ter", diz o diretor de Atendimento ao Atacado e Varejo da Nielsen, Olegário Araújo.

FONTE: BEM PARANÁ

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